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Exposição "Ernesto de Sousa Provas de Contacto, 1972-1980 e Olympia, 1979" na Galeria Quadrado Azul (Lisboa)

Exposição "Ernesto de Sousa Provas de Contacto, 1972-1980 e Olympia, 1979" na Galeria Quadrado Azul (Lisboa)
Vista parcial de "Olympia"

Esta exposição, ao apresentar provas de contacto produzidas por Ernesto de Sousa na década de 1970, permite compreender como soube Ernesto de Sousa fazer da fotografia uma ferramenta para explorar algumas das suas preocupações fundamentais: o permanente espírito colaborativo (não por acaso grande parte dos “motivos” representados passa por colegas artistas), a relação intercambiável entre tempos muito distantes, nomeadamente ancestralidade e vanguardas (note-se a referência a Olympia, ou a Luiz Vaz), a capacidade da fragmentação, da repetição e de inusitadas relações de escala para redefinir a nossa relação com objectos e disciplinas familiares; também é particularme nte curiosa a relação destas fotografias com o cinema – e não nos podemos esquecer que devemos a Ernesto de Sousa um dos mais importantes filmes para se pensar o novo cinema português dos anos 1960, Dom Roberto (1962, Prémio da Jovem Crítica em Cannes): além de fazerem pensar nos famosos Screen Tests (1964–1966), de Andy Warhol, estas provas de contacto parecem confundir-se às tantas com a repérage para filmes que nunca hão-de ser.